MARISTELA


As produções da Companhia Cinematográfica Maristela tiveram início no final de 1950.
Estúdios construídos no bairro de Jaçanã, na cidade de São Paulo.

 

Consulte um completíssimo arquivo com a retospectiva cinematográfica da Maristela realizado pelo Centro Cultural Banco do Brasil
Mais informação: www.retrospectivamaristela.com.br

 

  SUZANA E O PRESIDENTE - 1951 - Brasil / São Paulo - 67 minutos - Comédia - Preto e branco
Direção e roteiro (baseado no filme italiano La segretaria per tutti, 1932): Ruggero Jacobbi.
Companhia produtora: Companhia Cinematográfica Maristela
Companhia distribuidora: UCB-União Cinematográfica Brasileira
Produtor: Mário Civelli - Assistente de direção: Armando Couto - Gerente de produção: Alberto Atili - Argumento: Gino Sanctis - Diálogos: Alfredo Palácios -

Fotografia: Mário Pagés - Câmera: Juan Carlos Landini - Cenografia: Luciano Gregory - Maquiagem: Flávio Torres - Montagem: Carla Civelli - Sonografia: Jacques Lesgards - Música: Enrico Simonetti - Laboratório: Rex Filme
Intérpretes
: Vera Nunes (Suzana), Orlando Vilar (Roberto), Ana Luz, Leônidas da Silva, Leila Parisi, Jaime Barcelos, Zilá Maria, Armando Couto, Dina Lisboa, Xandó Batista, Ulla Lander, Waldemar Seyssel-Arrelia, Ilerna Castro, Luciano Gregory, Lúcia Curban, Benedito Corsi, Margot Bitencourt, Elisio Albuquerque, Maria Luisa, José Renato, Nei de Fraga, Manoel Inocêncio, Rosa Goldberg, Nelson Camargo, Rosires Rodrigues, Otelo Zeloni, Sônia Coutinho, Ribeiro Filho, Zilda Barreto, Sérgio Sampaio
Sinopse: Jovem interiorana, recém-chegada à cidade grande, apaixona-se por jogador de futebol, sem saber que ele é o dono da empresa onde trabalha.

PRESENÇA DE ANITA - 1951 - Brasil / São Paulo - 83 minutos - Drama - Preto e branco
Direção e roteiro: Ruggero Jacobbi
Companhia produtora: Companhia Cinematográfica Maristela
Companhia distribuidora: UCB-União Cinematogrtáfica Brasileira
Produtor: Mário Civelli - Gerente de produção: Alberto Atili - Assistente de direção: Armando Couto - Argumento (baseado no romance homônimo de Mário Donato) - Fotografia. Mário Pagés - Câmera: César Giorgi - Assistente de câmera: David Altschuler - Cenografia: Ricardo Lams -Assistente de cenografia: Luciano Gregory - Montagem: Carla Civelli - Assistente de montagem: Araken Campos - Coreografia: Maria Olenewa - Assistente de coreografia: Glauco Mirko Laurelli - Sonografia: Jacques Lesgards - Assistente de som: Konstantin Tkaczenko - Música: Enrico Simonetti
Intérpretes: Antonieta Morineau, Orlando Vilar, Vera Nunes, Armando Couto, Henriette Morineau, Ana Luz, Guido Lazzarini, José Mercaldi, Diná Lisboa, Elisio Albuquerque, Nieta Junqueira, Geraldo José de Almeida, Rosa Goldberg, Jaime Barcelos, Zilah Maria, Manoel Inocêncio, Osmano Cardoso, Nelson Camargo
Sinopse: Homem casado envolve-se num triângulo amoroso com uma mulher independente, cuja lembrança o marcará pelo resto da vida.
Prêmios: Melhor música (Enrico Simonetti), prêmio revista "A Cena Muda", Rio de Janeiro, 1951; menção especial, prêmio "Saci", São Paulo, 1951.

O COMPRADOR DE FAZENDAS - 1951- Brasil / São Paulo - 96 minutos - Comédia - Preto e branco
Direção: Alberto Pieralisi
Companhia produtora: Companhia Cinematográfica Maristela
Companhia distribuidora: UCB-União Cinematográfica Brasileira
Produtor: Mário Civelli - Gerente de produção: Mario del Rio - Assistente de direção: Sérgio Britto - Roteiro (baseado no conto homônimo de Monteiro Lobato): Mário del Rio, Alberlo Pieralisi e Guilherme Figueiredo - Diálogos: Guilherme Figueiredo - Fotografia: Aldo Tonti - Cenografia: Luciano Gregory - Assistente de cenografia: Franco Ceni - Figurinos: Francisco Balduíno - Montagem: José Cañizares - Sonografia: Jacques Lesgards - Assistente de som: Huguete Lesgards - Microfones: George Montiel - Música: Enrico Simonetti.
Intérpretes: Procópio Ferreira, Henriette Morineau, Hélio Souto, Margot Bittencourt, Jackson de Souza, Jaime Barcelos, Elisio Albuquerque, Carlos Ortiz, Paulo Matosinho, Vitalina Gomes, Marilu Vasconcelos, José Mercaldi, Ermínio Spalla, Luiz Gonzaga, Sérgio Brito, Marcos Lyra
Sinopse: Um fazendeiro quer vender a fazenda Espigão, perto do Rio de Janeiro, a fim de pagar alguns credores. Pedro Trancoso, pintor de paredes, lê o anúncio e se apresenta como interessado em comprar a fazenda, pensando apenas em se aproveitar da situação para passar um bom fim de semana. O fazendeiro, interessado na venda, planta árvores artificiais e toma emprestado algum gado para enganar o "comprador". A história, que segue a linha do conto de Monteiro Lobato, é uma série de incidentes e confusões.
Observações: - Segundo Alex Viany, este é o melhor filme da produtora (conforme Antônio Moreno em "Cinema brasileiro - História e relações com o Estado", Rio, EDUFF, 1994). - O filme tem fotografia de Aldo Tonti, considerado um dos melhores do mundo, contratado especialmente na Itália, a grande interpretação da dupla Procópio-Morineau e a música composta e executada por Luiz Gonzaga, "Festa no Arraiá".
Prêmios: Melhor filme, diretor, ator (Procópio Ferreira), argumento (Monteiro Lobato) e fotografia (Aldo Tonti), prêmio revista "A Cena Muda", Rio de Janeiro, 1951; melhor filme, prêmio "Associação Brasileira de Cronistas Cinematográficos", Rio de Janeiro, 1951.

MEU DESTINO É PECAR - 1952 - Brasil / São Paulo - 90 minutos - Drama - Preto e branco
Direção: Manuel Peluffo
Companhia produtora: Companhia Cinematográfica Maristela
Companhia distribuidora: UCB-União Cinematográfica Brasileira
Produtor: Mário Civelli - Gerente de produção: Vitório Cusani - Assistente de produção: Alfredo Palácios - Roteiro, baseado no romance homônimo de Suzana Flag (curioso pseudônimo de Nelson Rodrigues): Manuel Peluffo e Carlos Ortiz - Fotografia: Mário Pagés - Câmera: Juan Carlos Landini - Cenografia: Francisco Balduíno - Assistente de cenografia: Luciano Gregory - Figurinos: Franco Ceni - Montagem: José Cañizares - Som: Jacques Lesgards - Música: Enrico Simonetti
Canção: "Esta noite serenou" (HervêCordovil)
Intérpretes: Antonieta Morineau, Rubens Queiroz, Alexandre Carlos, Zilah Maria, Maria de Lourdes Lebert, Great Jorge, Nair Pimentel, José Gomes, Ayres Campos, Ilza Menezes, Carlos Ortiz, Henricão, Solano Trindade e o Teatro Popular brasileiro
Sinopse: Jovem casa por interesse com homem mais velho e vai viver na fazenda da família deste, onde seu novo cunhado tenta seduzi-la de todas as maneiras.
Observações: Pareceu-me interessante transcrever o texto de Luiz Zanin Orecchio, comentando o texto de Ismail Xaviver sobre as adaptações cinematográficas de obras de Nelson Rodrigues.

PRIMEIRA ADAPTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA DE UMA OBRA DE NELSON RODRIGUES

O Estado de São Paulo, 20 de fevereiro de 2000
NÉLSON RODRIGUES NO CINEMA
O ensaísta e professor da USP Ismail Xavier está escrevendo um livro sobre as adaptações cinematográficas da obra do mais carioca dos dramaturgos com o objetivo de discutir como cada época teve o seu Nélson

Luiz Zanin Oricchio

Nélson Rodrigues é um fenômeno de eterno retorno na cultura brasileira. Agora é o ensaísta e professor da USP Ismail Xavier quem se debruça sobre a obra do mais carioca dos dramaturgos (embora nascido no Recife). Conhecido por seus rigorosos e inovadores ensaios devotados ao cinema nacional, Ismail passou os últimos tempos ocupado em levantar o total de adaptações cinematográficas baseadas na obra de Nélson Rodrigues. Chegou a um total de 20 longas-metragens, tirados de peças, romances ou contos do autor. A primeira em 1952, Meu destino é pecar, de Manuel Peluffo; a mais recente foi terminada no ano passado e ainda está inédita em São Paulo, Gêmeas, de Andrucha Waddington.
Não é de hoje que Ismail se interessa pelo universo de Nélson Rodrigues. Essa curiosidade vem rendendo material que tem sido publicado, esporadicamente, em revistas especializadas. Por exemplo, na revista Novos Estudos Cebrap, apareceu o texto A Falecida e o Realismo a Contrapelo, comentando o filme de Leon Hirszman. Na mesma publicação discutiu as duas adaptações de Nélson feitas por Arnaldo Jabor: Toda Nudez Será Castigada e O Casamento. Em outro ensaio, comparou as duas versões da peça Boca de Ouro, a de Nelson Pereira dos Santos e a de Walter Avancini. Para a revista norte-americana Screen mandou outro ensaio sobre o tema, intitulado The Humiliation of the Father. Melodrama and Cinema Novo's Critique of Conservative Modernization. Mais recentemente, reafirmou seu interesse na revista Cinemais com o artigo Nélson Rodrigues no Cinema (1952-1998), um esboço mais sistemático da periodização. Esses artigos funcionam como ensaios de vôo para a obra mais ampla que está por vir.
"Mas o livro que vai sair daí não será simplesmente aqueles do tipo "Nélson Rodrigues e o cinema", avisa o ensaísta em sua conversa com o Estado. Ou seja, livros que tomam um autor e discutem quais foram as suas adaptações mais fiéis, as piores, as melhores ou as mais inspiradas. Não.
Se não hesita em fazer julgamento estético das obras (mesmo o pesquisador tem as suas preferências), o objetivo de Ismail Xavier vai um pouco além. Pretende discutir como cada época teve o seu Nélson Rodrigues. Quer dizer, como cada tempo deformou (no bom sentido do termo) os originais do autor e os interpretou à sua maneira, segundo suas aspirações, segundo a sua possibilidade e necessidade.
A primeira adaptação de uma obra de Nélson Rodrigues é Meu Destino É Pecar, que o escritor publicava sob o pseudônimo de Suzana Flag. Foi feita em 1952, por Manuel Peluffo, uma produção da companhia paulista Maristela. Segundo Ismail, essa tradução do romance-folhetim mostrou a vocação cinematográfica da obra de Nélson Rodrigues, embora a adaptação fosse pautada pela "inocência e o desajeito". Apesar de comprovada a afinidade entre a obra do dramaturgo e o cinema, a segunda versão só viria dez anos depois. "Na verdade, é a primeira adaptação séria, Boca de Ouro, de Nelson Pereira dos Santos, encomendada por Jece Valadão, na época cunhado de Nélson Rodrigues", lembra Ismail.
O pesquisador recorda, também, que a versão de Boca de Ouro para a tela abriu um primeiro ciclo de interesse do cinema pela obra de Nélson Rodrigues. O descaso anterior poderia ser justificado pelo conservadorismo da sociedade brasileira e pela ação da censura, que teria desestimulado os produtores. "Com a onda de liberalização de costumes dos anos 60, abriu-se caminho para uma maior utilização do material dramatúrgico de Nélson Rodrigues pelo cinema", diz. Essa primeira onda rodriguiana se compõe de seis filmes produzidos de 1962 a 1966.
O destaque desse primeiro período fica, em primeiro lugar, com o próprio Boca de Ouro, de Nelson Pereira dos Santos, "simples, na aparência, mas muito bem pensado se você for analisar de mais perto", diz. Mas também para "o tom mais sisudo de Leon Hirszman em sua leitura de A Falecida". Ismail recorda também o expressionismo de O Beijo, que Flávio Tambellini fez em 1964, e o apelo de mercado nas duas produções de J.B. Tanko, Asfalto Selvagem (1964) e Engraçadinha depois dos 30 (1966), o primeiro mais interessante do que o segundo.

SIMÃO, O CAOLHO - 1952- Brasil / São Paulo - 95 minutos - Comédia - Preto e branco
Direção e roteiro (baseado em personagens e crônicas de Galeão Coutinho): Alberto Cavalcanti
Companhia produtora: Companhia Cinematográfica Maristela
Companhia distribuidora: UCB-União Cinematográfica Brasileira
Produtor: Alfredo Palácios - Direção de produção: Johnny Waterhouse - Assistente de produção: Caio E.Scheiby e Cláudio Barsotti - Assistente de direção: Isaac Piltcher, Osvaldo Katalian e Roberto Perchiavalli - Argumento e adaptação cinematográfica: Miroel Silveira e Oswaldo Moles - Fotografia: Ferenc Fekete - Assistente de fotografia: Adolfo Paz González - Câmera: Guelfo Martini - Assistente de câmera: Juan Carlos Landini - Fotografia de cena: Alfredo Vladas - Cenografia: Ricardo Sievers - Assistente de cenografia: Francisco Balduíno - Decoração: Franco Ceni - Assistente de decoração: José P.Silva - Montagem: José Cañizares - Som: Jacques Lesgards - Assistente de som: Tommy Olenewa - Música: Souza Lima - Regência: Eduardo Guarnieri - Continuidade: Alberto Rosas - Laboratório: Rex Filme
Intérpretes: Mesquitinha (Simão), Iara de Aguiar (Conccheta), Raquel Martins (Marcolina), Carlos Araújo (O Santo), Sônia Coelho (Moreninha), Silvana Aguiar (Luzia), Cláudio Barsotti, Oswaldo de Barros, Carmen Torres, Egle Bueno, Isaura Bruno, Nair Bello, Osmano Cardoso, Maurício de Barros, José Pozzolli, Juvenal da Silva, Carlos Tovar, Mário Girotti, Edair Badaró, Borges de Barros, Armando Peixoto, Henrique Fernandes, José Rubens, Gessy Fonseca, Maria Amélia, Wilson Viana, Orquestra Raul de Barros
Sinopse: Um caolho que desejava a todo custo recuperar seu olho perdido, sujeitando-se até às loucas experiências de um inventor maluco. Baseado em crônicas de galeão coutinho.
Prêmios: Melhor diretor, prêmio "Associação Brasileira de Cronistas Cinematográficos", Rio de Janeiro, 1952; melhor diretor, ator secundário (Cláudio Barsotti) e melhor adaptação (Miroel Silveira e Oswaldo Moles), prêmio "Saci", 1952.
Observações: - Este filme foi exibido, pela primeira vez, em 28 de novembro de 1952 na Primeira Mostra Retrospectiva do Cinema Brasileiro, promovida pela Filmoteca do MAM e pelo Centro de Estudos Cinematográficos de São Paulo, em colaboração com o Círculo de Estudos Cinematográficos do Rio de Janeiro, entre 28 de novembro e 16 de dezembro de 1952, realizada no cine Paramount. - Estréia em primeiro de dezembro de 1952, em cinemas do Circuito Serrador, Art-Palácio e Bandeirantes.

O CANTO DO MAR - 1953 - Brasil / São Paulo - 124 minutos - Drama - Preto e branco
Direção, produção e argumento (a partir do filme EN RADE, 1927, França): Alberto Cavalcanti
Companhia produtora: Kinofilmes S.A. / Companhia Cinematográfica Maristela
Companhia distribuidora: UCB-União Cinematográfica Brasileira
Gerente de produção: Luiz Andrade, Oswaldo Katalian e Romeu Estelita - Assistente de direção: Adalberto Vieira, Bartolomeu Andrade e José de Souza Alencar - Roteiro: Alberto Cavalcanti e José Mauro de Vasconcelos - Diálogo: Hermilo Borba Filho - Fotografia: Cyril Arapoff e Paolo Reale - Assistente de fotografia: C.P.Chavan e George Pessis - Câmera: Delson Lima e Paolo Reale - Cenografia: Hilário Marcelino - Montagem: José Cañizares- Assistente de montagem: José Gonçalves - Assistente de som: Ricardo Sievert - Música: Guerra Peixe - Estudios: Companhia Cinematográfica Maristela
Intérpretes: Aurora Duarte, Margarida Cardoso, Alberto Vilar, Cacilda Lanuza, Ruy Saraiva, Alfredo de Oliveira, Antônio Martinelli, Débora Borba, Ernani Dantas, Glauce Bandeira, Fernando Becker, Maria do Carmo Xavier, Luiz Andrade, Miriam Nunes
Sinopse: Sertão nordestino: a seca e a fome assolam as famílias, forçando os moradores locais a migrar para o sul do país. Uma dessas famílias, composta pelo pai inválido e desequilibrado, e a mãe lavadeira, perece na miséria. A loucura do pai, que vive isolado, obriga a mãe a assumir a responsabilidade na condução da família, contando com a ajuda dos filhos. O rapaz, incorfomado com toda essa situação de miséria, sonha migrar para o sul em busca de melhores condições, permitindo-lhe casar com moça do local e proporcionar aos parentes uma vida digna.
Prêmios: Melhor filme, prêmio "Associação Brasileira de Cronistas Cinematográficos", Rio de Janeiro, 1953; melhor produtor (Alberto Cavalcanti), montagem (José Cañizares) e música (Guerra Peixe), prêmio "Governador do Estado de São Paulo", São Paulo, 1953; primeiro prêmio, Festival de Karlovy Vary, Tchecoslováquia, 1955.
Observações: Filmado em Recife, no estado de Pernambuco.

MAGIA VERDE - 1953 - Brasil / São Paulo e Itália / Roma - 95 minutos - Documenário - Colorido
Direção e argumento: Gian Gaspare Napolítano
Companhia produtora: Companhia Cinematográfica Maristela (São Paulo) - Astra Cinematográfica (Roma)
Companhia distribuidora: Columbia Pictures do Brasil
Apresentação: Cinedistri - Produtor: Leonardo Bonzi - Produtor associado: Mario Audrá Júnior - Fotografia: Mario Craver - Texto de Mário Marinho - Roteiro: Gian Gaspare Napolitano e Alfredo Palacios - Texto: Mário Marinho - Fotografia (Ferraniacolor): Mário Craveri - Câmera: Giovani Rifaldi - Sonografia: George Montiel - Montagem: José Cañizares - Música: Angelo Francesco Lavagnino - Narração: Waldir de Oliveira - Supervisão: Pietro Maria Bardia
Intérpretes: Solano Trindade e o Teatro Popular Brasileiro (Aida Martins, Batista Oliveira, Eurídice Santos, Edson de Souza, Leda Felismina, Fernando Bezerra, Marlene Nascimento, Ferreira Santiago, Tânia Mara, Frederico Santana, Jorge Correa, José Carlos, Laurindo Santos e Mário de Oliveira)
Sinopse: O filme conta a aventura de quatro italianos (o Bonzi, o Napolitano, o operador Craveri e outro companhero) através das florestas do Mato Grosso, dos pântanos do Paraguai, da selva amazônica, e chegando até a Bolívia. Faz-se detalhada descrição da flora e da fauna das regiões atravessadas pela expedição, e dos usos e costumes de seus povos indígenas
Prêmios: Primeiro prêmio "Associação de Profissionais de Cinema", Paris, França, 1954; prêmio "Urso de Prata" , Festival de Berlim, Alemanha, 1953; menção honrosa para o colorido "Exploration Film", Festival de Cannes, França, 1953; -melhor documentário de longa-metragem e melhor fotografia, prêmio "Fita de Prata", Itália, 1953. Observações: Um dos primeiros filmes nacionais rodado a cores pelo processo italiano Ferraniacolor.
"No projeto original, este filme teria o título de "Aquarela do Brasil" e seria dirigido por Alberto Cavalcanti, com fotografia de Aldo Tonti e músicas de Ari Barroso e Heitor Villa-Lobos.
O enredo se compunha de pequenas histórias desenroladas em várias regiões do Brasil, das quais duas já estavam definidas. Uma história sobre a Amazônia, aproveitando um roteiro de Cavalcanti, de fundo mágico bem a seu estilo; a outra, uma viagem de trem pela Sorocabana até o Rio Paraná, com cenas das cataratas de Sete Quedas e Iguaçu.
As outras histórias, ainda em elucubração, mostrariam basicamente o candomblé da Bahia, o carnaval carioca, as indústrias de São Paulo, Ouro Preto e os pampas gaúchos. A ligação entre elas seria resolvida depois, quando Cavalcanti se entrosasse com o projeto.
Quando de minha última entrevista com Bonzi em Milão, ele me explicara detalhadamente seu projeto para este filme e, embora bem diferente da nossa idéia, senti que seria um grande êxito internacional porque mostraria aquilo que o mundo desejava conhecer do Brasil. Mas o grande problema residia exatamente no público brasileiro - este, sem dúvida, sentiria seu "ego" ferido pela apresentação de um grupo de aventureiros percorrendo o Brasil num autêntico safári pacífico.
Não me desliguei, porém, do projeto. Quando retornei em definitivo da Itália, continuamos a manter contato por telefone e certo dia ele me ofereceu 1/3 dos rendimentos mundiais de "Magia verde" por cerca de US$ 100,000. Fiquei interessado, apesar do grave problema de o filme não poder ser considerado uma co-produção, mas não houve como levantar aquela importância. Da Columbia eu não podia nem cogitar, pois Bonzi já negociara a distribuição com a Universal; e o Banco do Estado, que acabara de abrir uma carteira para o financiamento de filmes nacionais, ofereceu-me cerca de US$ 25,000.
Posteriormente, com o filme já em rodagem aqui, participei com algumas facilidades, incluindo pequenas importâncias em dinheiro. No todo, não cheguei a investir US$ 30,000 e finalmente assinamos contrato pelo qual a Maristela ficaria somente com o mercado brasileiro, onde apareceria como produtora.
Quando o locutor Waldir de Oliveira seguiu para Roma a fim de gravar a versão brasileira do filme, ainda tentei - inutilmente, aliás - aliviar o caráter de "expedição" elaborando um texto todo especial (usei o pseudônimo de Mário Marinho). E, a pedido de Bonzi, Pietro Maria Bardi, do MASP, constou como diretor da versão brasileira por ter colaborado na realização do filme.
Do maior projeto cinematográfico que idealizei, isso foi o máximo que consegui...
"Magia verde" foi premiado no Festival de Cannes de 1953 junto com "O cangaceiro" e, como este, fez carreira brilhante nas telas do mundo todo.
A distribuição no Brasil acabou sendo feita pela Columbia, que financiou a confecção de seis cópias em Roma e pagou sua remessa.
Aqui, devido a problemas com a versão brasileira, este filme só foi exibido em 1955, quando o impacto de sua carreira pelo mundo já havia se diluído. Os resultados foram razoáveis.
Há alguns anos, com a valiosa colaboração do professor Bardi, que ainda estava no MASP, envidamos todos os esforços para encontrar alguma cópia de "Magia verde". Seria hoje uma verdadeira preciosidade. Mas foi tudo em vão. Infelizmente, dele nada restou em nenhuma das duas versões devido à falência do Laboratório Tecnostampa, na Itália."

(Transcrito do livro "Cinematográfica Maristela" - Memórias de um produtor - Mário Audrá Júnior - Capítulo 14 - páginas de 87-89)

MULHER DE VERDADE - 1954 - Brasil / São Paulo - 100 minutos - Comédia - Preto e branco
Direção e produção: Alberto Cavalcanti
Companhia produtora: Kinofilmes S.A. / Companhia Cinematográfica Maristela
Companhia distribuidora: UCB-União Cinematográfica Brasileira
Produtor associado: Elza S.Ribeiro e Alfredo Palácios - Gerente de produção: Harry Hand - Assistente de produção: Ary Fernandes - Assistente de direção: José Sanz - Argumento: Galeão Coutinho e Alberto Cavalcanti - Roteiro: Oswaldo Moles - Diálogos: Miroel Silveira - Fotografia: Edgar Brasil - Cenografia: Francisco Balduíno - Assistente de cenografia: Ricardo Sievert - Montagem: José Cañizares - Sonografia: Hilário Marcelino - Música: Cláudio Santoro - Estúdios: Companhia Cinematográfica Maristela
Números musicais: "Catarina do barulho","O mundo é uma bola","Os amigos no inferno","A sanfona do jumento", "Amélia","Je perdu mon homme"
Intérpretes: Inezita Barroso, Colé Santana, Raquel Martins, Ivaná, Aparecida Baxter, Adoniran Barbosa, Carla Neli, Nestorio Lips, Dirce Pires, Carlos Araújo, Caco Velho, Paulo Vanzolini, João Silva, Antônio Fragoso, Délio Santos, Waldo Wanderley, José Saenz, Osmano Cardoso, João Franco, Waldir Padilha, Fábio Cardoso
Sinopse: Enfermeira, funcionária de um hospital, se passa por solteira para fugir do regulamento, que não permite mulheres casadas. Na verdade, ela leva vida dupla, casa com dois homens, um deles bombeiro, ex-malandro.
Prêmios: Melhor atriz (Inezira Barroso), prêmio "Saci", São Paulo, 1955; melhor atriz (Inezita Barroso), prêmio "Governador do Estado de São Paulo", São Paulo, 1955.

MÃOS SANGRENTAS- 1954 - Brasil / São Paulo e Rio de Janeiro - 95 minutos - Drama - Preto e branco
Direção: Carlos Hugo Christensen
Companhia produtora: Companhia Cinematográfica Maristela (São Paulo) / Artistas Associados (Rio de Janeiro)
Companhia distribuidora: Columbia Pictures do Brasil
Produtor: Roberto Acácio - Produtor Executivo: Mário Audrá Júnior - Gerente de produção: Alfredo Palácios - Assistente de produção: Gregório Wallerstein e Roberto Farias - Assistente de direção: Darcy Evangelista e Ary Fernandes - Argumento e roteiro: Pedro Juan Vignale e Carlos Hugo Christensen - Diálogos: Sady Cabral - Fotografia: Mário Pagés - Câmera: Juan Carlos Landini - Cenografia: João Maria dos Santos - Assistente de cenografia: Francisco Guglielmi - Decoração: Carlos Jacheri - Montagem: José Cañizares - Assistente de montagem: Ismar Porto - Sonografia: Sérgio Álvarez - Música: Alexandre Gnatalli e Abigail Moura - Dublagem: Fernanda Montenegro, Jurema Magalhães, Dionizio Azevedo e Rodolfo Mayer
Intérpretes: Arturo de Cordova, Tônia Carrero, Carlos Cotrim, Heloisa Helena, Sadi Cabral, Lisete Barros, Armando Louzada, Antonia Marzulo, Jackson de Souza, Lídia Matos, Agostinho Pereira, Alan Lima, Alcebíades Ghiu, Arnaldo Montel, Aureliano Santos, Aurélio Teixeira, Cirilo Decosta, Claudiano Filho, Costinha, De Carambola, Edson V.Boas, Gilberto Marinho, João Zacarias, José Policena, Manoel Pêra, Maurício Dias, Milton Leal, Milton Marcos, Osvaldo Louzada, Paulo Montel, Ramiro Magalhães, Sérgio Alvarez, Vicente Costa, Wilton Franco
Sinopse: Os detentos do presídio da Ilha Anchieta se rebelam, dominam a guarnição e morrem. Um dos fugitivos, que sonha rever a mãe, encontra uma prostituta e começa a contar a ela sua história.
Prêmios: Melhor ator secundário (Gilberto Martinho), prêmio "Associação Brasileira de Cronistas Cinematográficos", Rio de Janeiro, 1955; melhor produtor (Roberto Acácio) e tor secundário (Gilberto Martinho), prêmio "Saci", São Paulo, 1955; melhor produtor (Roberto Acácio) e ator secundário (Gilberto Martinho), prêmio "Governador do Estado de São Paulo", São Paulo, 1955; participou no Festival de Veneza, Itália, 1956.

"No presídio da Ilha Anchieta, ao largo de Ubatuba, ocorreu uma revolta generalizada que terminou com a fuga em massa dos detentos. Um grupo deles roubou uma lancha e alcançou o continente, provocando pânico na população. A repercussão foi enorme e ganhou manchetes nos jornais do mundo inteiro, pois naquela época fugas em massa de prisões não eram fato corriqueiro, como hoje em dia.
Logo depois da revolta, recebi uma carta de De Laurentis pedindo maiores informações e propondo uma co-produção baseada naqueles acontecimentos.
Estudava o caso quando fui procurado por Roberto Acácio, produtor do Rio que organizara uma co-produção , com Argentina e México, para dois filmes. O produtor mexicano Gregório Wallerstein, participaria com Arturo de Córdova (ator com excelente cotação internacional, devido aos filmes que estrelara em Hollywood) e ficaria com os mercados dos Estados Unidos, México, Venezuela e Cuba. O diretor argentino Carlos Ugo Christensen dirigiria os dois filmes e participaria com os roteiros e a direção de produção, ficando com os mercados da Argentina e de alguns países sul-americanos. O mercado brasileiro e do resto do mundo ficariam para o produtor brasileiro.
O primeiro filme, baseado na revolta da Ilha Anchieta, estava com o roteiro pronto; quanto à escolha do segundo, ficaria para mais tarde.
Roberto Acácio, o produtor brasileiro, oferecia-nos 22% de seus mercados em troca da cessão de estúdios e equipamentos, ficando todos os demais gastos sob sua inteira responsabilidade. Aceita a proposta e firmado o contrato, respondi a De Laurentis qua a Maristela já estava empenhada naquela produção.
A rodagem de "Mãos sangrentas" complicou-se em demasia: a maioria das cenas era filmada em exteriores e o filme exigia um grande número de extras. Um fato inusitado veio a complicar ainda mais a situação. Para dar maior veracidade à revolta dos presos, a produção conseguira que o Exército nos emprestasse armas; toda manhã as retirávamos, mediante termo de responsabilidade, e toda noite as devolvíamos. Mas, com o suicídio de Getúlio Vargas em agosto de 1954 e os acontecimentos turbulentos que se seguiram, o Exército recusou-se a emprestá-las durante quase um mês - deixando a produção praticamente paralisada.
O material rodado, no entanto, era de excelente qualidade; a fotografia de Mário Pagés, excepcional. Com isso, à medida que a produção avançava, crescia o entusiasmo pelo filme. A euforia nos locais de filmagem era tamanha que, na cena em que o chefe da rebelião foge na lancha superlotada e vários extras correm pelo pontão e se atiram à água tentando alcançá-la, um dos extras se entusiasmou demais, esqueceu que não sabia nadar e quase morreu afogado.
Minha única ressalva era o excesso de violência, que os serviços de censura existentes em quase todos os países procuravam eliminar dos filmes, o que não acontece hoje em dia, quando ela campeia dentro e fora das telas. Esse excesso realmente viria a prejudicar a negociação de "Mãos sangrentas" em vários países, como Itália, França, Espanha e Portugal."

(Transcrito do livro "Cinematográfica Maristela" - Memórias de um produtor - Mário Audrá Júnior - Capítulo 14 - páginas de 84-85)

CARNAVAL EM LÁ MAIOR - 1954 - Brasil / São Paulo - ... minutos - Comédia - Preto e branco
Direçào: Adhemar Gonzaga
Companhia produtora: Companhia Cinematográfica Maristela / Emissoras Unidas / Cinédia
Companhia distribuidora: UCB-União Cinematográfica Brasileira
Apresentação: Columbia Pictures do Brasil - Produção: Mário Aldrá - Roteiro: Adhemar Gonzaga e Oswaldo MoIles - Fotografia: Ferenc Fekete - Cenografia: Carlos Giacheri - Montagem: José Cañizares - Som: Sérgio Alvarez
Números musicais: "Soluço" de e com Alvarenga Ranchinho II; "Isto é papel, João?" (Paulo Ruschel) com Aracy de Almeida; "Rabo de saia" (Ataulfo Alves e Jorge Castro) com Ataulfo Alves e suas pastoras; "Disco voador" (Hervê Cordovil) com Carmélia Alves; "O coco", com Carlos Galhardo; "Primeiro amor" (Hermínio Gimenez) com Cascatinha e Inhana; "Seresteiro" (Raul Moreno) com Elizeth Cardoso; "Pé de pobre" (A. Barbosa, E.Borges e J. Roy) com Elza Laranjeira; "É pecado" com Ester de Souza; "Carro de bigode" (Filhinho e Thelma de Oliveira) com Isaurinha Garcia; "Estatutos de gafieira" (Billy Blanco) com Inezita Barroso, "Na boate" com Jimmy Lester; "Ressaca" de e com Zé e Zilda; "Vamos falar de saudade" (Mário Loogo e Chocolate) com Nora Ney; "Joga fora o meu pandeiro" (Nelson Gonçalves, Adelino Moreira e Jarbas Reis) com Nelson Gonçalves; "Banco de jardim" (Neyde Fraga e Roberto Amaral) com Neyde Fraga; "Dá licença" (Mário Vieira e Joracy Rago) com Oswaldo Rodrigues; "Prece ao vento" (Alcir Pires Vermelho, Fernando Luiz e Gilvan Chaves) com Trio Nagô; "Paulista de Mato Grosso" (Victor Simão e Fernando Martins) com Os Vagalumes ao Luar; "Gatinho" com Sandra Amaral e Randal Juliano.
Intérpretes: Walter D'Ávila (Moreira), Sandra Amaral (Celina), Randal Juliano (Eleoberto), Renata Fronzi (Lola), Arrelia (cozinheiro), Gnésio Arruda (caipira), Adoniran Barbosa (judeu, vendedor de móveis), Blota Júnior (diretor de tv), Caetano Gherardi (rapaz apaixonado por Celina), Aparecida Baxter (Aparecida), Oswaldo de Barros, Carmen Silva, Roberto Mackim (português), João Soares, Jane Baptista, Nestório Lips, Luíza de Oliveira, Elísio Albuquerque (Jaime), Durval de Souza (secretário), Assis (maitre Menatti), José Mercalde (garçom da boate), Idalina Oliveira, Mário Sena
Sinopse: História de um tipo de sujeito "pesado", que não conseguia parar num emprego (Walter D'Ávila). Um rapaz (Randal Juliano), também permanentemente desempregado, apaixonado por sua filha (Sandra Amaral), não consegue pedir a mão da moça, sendo impedido por uma série de circunstâncias. Um dia, a casa da moça pega fogo e eles são obrigados a ir morar numa pensão de artistas, que mais parece um hospício. O rapaz casa-se coma moça, mas assina, embriagado, um comprometedor documento, porém tudo acaba bem e o final é feliz. Toda esta história é entremeada pelos maiores sucessos carnavalescos interpretados pelos mais destacados cantores do Rio de Janeiro e São Paulo.
Prêmios: Prêmio revelação (Sandra Amaral), prêmio "Saci", São Paulo, 1955.
Observações: Filme carnavalesco, tentativa de concorrência com a Atlântida.

QUEM MATOU ANABELA? - 1955 - Brasil / São Paulo - 93 minutos - Drama - Preto e branco
Direçào: D. A. Hamza
Companhia produtora: Companhia Cinematográfica Maristela
Companhia distribuidora: Columbia Pictures do Brasil
Apresentação: UCB-União Cinematográfica Brasileira - Produtor: Alfredo Palácios - Produtor associado: Mário Audrá Júnior - Gerente de produção: Ary Fernandes - Secretário de produção: Francisco Camargo - Assistente de produção: Fábio Silva - Argumento (baseado na idéia de Salomão Scliar): Orígenes Lessa - Roteiro, diálogo e adaptação cinematográfica: Miroel Silveira - Fotografia: Rudolph Icsey - Câmera: Adolfo Paz González - Assistente de câmera: Reinaldo Viebig e Osvaldo de Oliveira - Fotografia de cena: Reinaldo Viebig e José Amaral - Cenografia: Carlos Jacheri - Decoração: Jutex - Cabeleireira: Helena - Construção: José Pereira - Costureira: Nena - Maquiagem: Jorge Pisani - Assistente de maquiagem: Paulo Lago - Contra-regra: Assunção e Carlinhos - Montagem: José Cañizares - Assistente de montagem: João Alencar - Sonografia: Sérgio Alvares - Assistente de som: Juarez Dagoberto da Costa e Gagliano Araújo - Música: Gabriel Migliori - Coreografia: Ana Esmeralda com as alunas de Chavalillo de America - Anotadora: Marina Prata - Laboratório: Rex Filme
Canções: "Lenda do caboclo" (Heitor Villa-Lobos);"Malagueña" (Ernesto Lecuona);"Passatempo e desejo" ;"Xangô e Avaré"
Intérpretes: Procópio Ferreira, Ana Esmeralda, Jayme Costa, Olga Navarro, Carlos Cotrim, Nydia Licia, Aurélio Teixeira, Ruth de Souza, Carlos Zara, Stela Gomes, Américo Taricano, Marina Prata, Carlos Araújo, Lourdes Freire, Ary Fernandes, Jorge Pisani, João Franco, Francisco Camargo
Sinopse: Anabela, a belíssima bailarina, é assassinada, e seu corpo encontrado à beira de uma represa em São Paulo. O comissário Ramos é encarregado do caso e interroga as testemunhas, pessoas que moravam com ela numa pensão. De cada uma delas, obtém uma confissão do assassinato e uma discrição completamente diferente da personalidade da vítima. O mistério cresce, até o final surpreendente.
Prêmios: Melhor fotográfo (Rudolph Icsey), prêmio "Associação Brasileira de Cronistas Cinematográficos", Rio de Janeiro, 1956; melhor fotográfo (Rudolph Icsey), prêmio "Governador do Estado de São Paulo", São Paulo, 1956.

ROSA DOS VENTOS OU CINCO CANÇÕES (Die Windrose) - EM CINCO EPISÓDIOS- Episódio brasileiro "ANA" - 1955 - Brasil / São Paulo e Alemanha / Berlim - 110 minutos - Drama - Preto e branco
Direção geral: Joris Ivens - Coordenação: Alberto Cavalcanti
Direção do episódio brasileiro: Alex Viany (episódio "Ana")
Companhia produtora: Companhia Cinematográfica Maristela (São Paulo) / DEFA Films (Berlim)
Companhia distribuidora:
Produtor: Yoris Yvens - Produtor associado: Mário B. Audrá Júnior - Assistente de direção: Ítalo Jacques - Argumento: Jorge Amado - Roteiro: Alberto Cavalcanti - Adaptação: Trigueirinho Neto - Fotografia: Henry C.Fowle - Sonografia: Mário de Lucca - Cenografia: José P.Silva - Montagem: José Cañizares - Música: Enrico Simonetti - Narração: Helene Wigel - Canções: "Canção do retirante" e "Cinco canções"

"ANA" - episódio brasileiro -
Direção: Alex Viany
Intérpretes: Vanja Orico, Miguel Torres, Valdo César, Marlene França, Aracy Cardoso, Aurélio Teixeira
Sinopse: O drama da seca do Nordeste, retratando a tragédia dos retirantes.
Observações: - Filme em cinco episódios, tendo como tema a vida diária das mulheres em cinco países diferentes: Brasil (Ana), Itália (Giovanna, direção de Giulio Pontecorvo), França (direção de Yannick Bellon, com Simone Signoret e Ives Montand), União Soviética (direção de Sergej Gerasimov), China (direção de Wu Kuo-yin). - Filmado na região de Cocorobó, onde, em 1963, Glauber Rocha filmou "Deus e o Diabo na Terra do Sol". - Nunca foi exibido comercialmente no Brasil. -